A preocupação tem sido corresponder aos padrões de beleza de suas excelências.
A estética e, por defeito, a queda do desenvolvimento de possíveis mentes brilhantes.
O quão prazeroso e benéfico seria, para o desenvolvimento do funcionamento mental, o acesso à prática desportiva. Verdade. Mas, ambos, terão de ser complementares: cabeça-corpo, corpo-cabeça.
Os padrões de beleza têm cumprido, de forma pouca ponderada e irresponsável, protótipos anormativos que colocam em causa a saúde física e mental das mulheres.
Continuam, muitas vezes, a regredir para o estereótipo que, uma mulher, para ser bonita e desejada, tem de ser formatada à cintura de vespa; a um rabo redondinho – nem tanto ao mar, nem tanto à terra – maminha grande, peituda, subida; cabelo esvoaçante, colorido, brilhante, quase em pleno voo; 0% celulite, 0% iogurte, gelatina, queijo… carne afiambrada? Só light.
Depois, falam-nos de naturalidade e de devermos demonstrar o nosso brilho. Espera lá. BRILHO? O que fui eu dizer… Brilho arrasta a oleosidade. Também te é imposta uma pele extremamente sedosa – nada de extras q.b.
Caramba. Nós, mulheres, sentimo-nos em terrenos dispersos: ora genuínas, ora cópias.
Não vos querendo passar a ideia de que a igualdade é má e que a competitividade deve ser nula, digo-vos, apenas, que sempre me elogiaram: gorda ou magra, pelo sorriso bonito. Não falo de dentição perfeita, mas de felicidade.
Deixo-vos uma mensagem bastante enternecida e contida (apetece-me choramingar) referida pelo meu Cláudio Cabral: “És uma barbie, gostosa, culta, inteligente, que cita frases de livros e que escreve os seus textos”.
Confirma-se: cabeça-corpo, corpo-cabeça.
OBS. Não frequento o ginásio, há cerca de 1 mês. Primeiro, a otite, o siso e, depois, desculpas esfarrapadas que me autodesmotivaram. Se soubessem o quão enriquecedor é pairar lá uns minutos e sair com a ressalga de “Adeus sequelas. Bem-vindas as outras boas, todas elas” …
Por isso, desporto sim. O corpo e a mente agradecem. Presenteiam-nos com uma vénia abençoada de coragem e determinação para o dia seguinte.
Sintam-se felizes,
Joana d'Arte
Texto/ Joana Moniz Costa